terça-feira, 27 de dezembro de 2016

BORA.... APRENDER TOCAR SANFONA? MELHOR AINDA GRÁTIS?


11 - Primeira prática

Eu já estava sentindo constrangimento por estar conduzindo o nosso estudo com muita teoria, quando uma prática do que já foi explanado seria produtivo. Acontece que não disponho de uma câmera nem estúdio e uma produção com a câmera do celular é de amargar.
Em esforço para ajudar, fui levado a improvisar com esse vídeo, reproduzindo uma valsa simples, onde é demonstrado a execução de compassos ternários com a figura mínima pontuada, recordando as últimas aulas.
O vídeo é uma captura de screen sincronizada com a execução da partitura pelo Encore. 


É preciso esclarecer aos usuários que visitam o nosso blog que é importante os comentários dos artigos para que possamos dirimir dúvidas que venham surgir. O recurso servirá para me orientar nas publicações, tornando o nosso estudo melhor direcionado.

Coloco à disposição de todos algumas partituras, recolhidas da internet e outras produzidas por mim, copiadas dos meus métodos de estudo. Todas estão em formatos do programa Encore ou em .pdf. O link para download está na coluna à esquerda.
Prossigam com o estudo e qualquer dúvida poderemos, juntos, resolver.  

10 – Os baixos da sanfona

Essa é a parte mais temida pelos estudantes de sanfona. Antes de conhecê-los, todos nós trememos, pensando em como é difícil manusear aqueles botões. Não se assustem com o que vou dizer: no início, é difícil pra caramba, mesmo. O consolo, eu posso garantir, é que vamos conseguir, aos poucos, descobrir todos os mistérios. Para começar, eu apresento na imagem abaixo o desenho dos botões de uma sanfona.


A disposição dos botões em colunas facilita a identificação das notas e de suas funções na execução das melodias.  Vamos esquematizar essa disposição a partir da coluna da esquerda.


Na aula anterior, estudamos a formação dos acordes e vimos que um acorde maior é formado por três notas (tríade),  que são as notas dos graus  I – III – V. Considerando a escala de Dó maior essas notas são C – E – G.
Vimos também que o primeiro grau é a nota fundamental.
Agora, analisemos a tabela anterior para a escala de Dó maior. Vejam a figura a seguir.


1 - A primeira coluna é a do contrabaixo, que é a nota do grau III da escala – E
2 - A segunda coluna é a da nota fundamental, que é a nota do I grau da escala – C.
Para localizar o botão da nota C ele está localizado no centro do quadro de botões e tem um chanfro (alguma marca, geralmente um afundamento da sua área central).
3 - A terceira coluna é a do acorde maior, formado pela tríade C – E – G.  Isso quer dizer que quando o tocador digitar esse botão o acordeom emitirá as três notas juntas. Está ficando fácil?
4 - A quarta coluna é a do acorde menor, formado pela tríade C – Eb – G.  A mesma explicação do item anterior.
5 – A quinta coluna é a do acorde com a sétima menor.
6 – A sexta coluna é a do acorde diminuto.
Não vamos estudar, por enquanto, os acordes de sétima menor e do diminuto. Vamos fazer vários exercícios usando as colunas 2, 3 e 4, ou seja: a fundamental, o acorde maior e o acorde menor (C – M – m).
Observem também o quadro geral dos baixos e vejam que há uma delimitação formando uma seção dos botões. O acordeom de 80 baixos não tem os botões externos. Outra observação é que os outros botões,  aqueles sem  nenhuma indicação,  tem as mesmas funções da linha de Dó maior.

O acompanhamento na clave de Fá

 As notas na clave de Fá já nos foram apresentadas. Devemos memorizá-las o quanto antes, porque para acompanharmos o solo do teclado com os baixos teremos que tocar as notas indicadas nessa clave. Para fixar: o solo do teclado será tocado com as notas da clave de Sol e o acompanhamento será tocado com as notas da clave de Fá. Vamos examinar a clave de Fá na seguinte figura:


Por convenção internacional, o acompanhamento dos baixos, representado na clave de Fá, obedece a repetição das notas na clave. Isto é: toca-se o baixo fundamental  (C) com o dedo 4 e o acorde (M) com o dedo 3, repetindo-se a nota na pauta. Vejam que, nos cinco compassos, as notas Dó, Sol e Fá são repetidas nos acordes (M).
Por enquanto, fiquemos nessa breve aula.
Devemos todos estudar bem o que ficou explicado porque vamos realizar vários exercícios antes de tocarmos uma pequena valsa.

09 – A formação dos acordes.

Depois de termos estudado a escala musical de Dó maior, vamos aprender  a formar o seu acorde?
Para começo deixem explicar o que é acorde:  é a reunião de três ou quatro determinadas notas de uma escala, tocadas ao mesmo tempo ou arpejadas (uma de cada vez). São as tríades ou as tétrades.
Essas três ou quatro notas juntas formam o que costumamos ouvir: o tom, que pode ser maior ou menor.  Alguma vez já ouvimos alguém dizer: “ah, ta fora do tom!”.  Isso ocorre porque o cantor-amador está entoando notas de escala diferente da escala do acompanhamento musical ou harmonia. Se a melodia é em Dó maior o acompanhamento deverá ser também em Dó maior.
Lembremos a escala de Dó maior:   C – D – E – F – G – A – B
Quanto á posição das notas na escala elas têm a seguinte denominação:


Notem que os graus das notas na escala obedecem a nomenclatura de algarismos romanos. Outra observação: o sétimo grau denominado sensível só tem essa denominação se o intervalo para a tônica da oitava seguinte for um semitom. Em outras palavras, na escala maior.
A execução das notas dos graus I, III e V, todas ao mesmo tempo, formam a tríade ou o acorde de Dó maior. Portanto, o tom ou o acorde de Dó maior (a tríade) é composto das notas C – E – G.
Exemplo de execução do acorde de Dó maior:


Temos dois compassos ternários. No primeiro, as três semínimas em arpejo representam os graus  I – III – V;  no segundo três mínimas pontuadas em acorde (todas ao mesmo tempo).
A numeração em algarismos arábicos (1 – 3 – 5) representam os dedos da mão direita.


As notas pontuadas

Por vezes, há a necessidade de preenchimento do tempo musical no compasso definido. É, então, usado o recurso de prolongamento do tempo das notas. Analisando o compasso vemos que a fórmula (fração 3 por 4) designa três tempos e a figura da nota, que é a unidade de tempo, é a semínima. Lembrem da explicação sobre valores das figuras. O valor da semínima é 4; da mínima é 2, etc.
Agora vejam o segundo compasso. Há uma novidade que é uma figura da mínima, dessa vez pontuada, ou seja, com um ponto ao seu lado. Esse ponto significa que cada mínima pontuada será equivalente a ela mesmo mais a sua metade. Vejam as figuras:




A explicação  vale para todas as figuras, exceto para a semibreve, que preenche, ela só, o compasso quaternário.
Para a semínima, por exemplo, ela estando pontuada equivale a três colcheias; a colcheia pontuada vale três semicolcheias, etc. Experimente! Troquem as figuras na imagem acima!
Como iremos realizar vários exercícios no tom de Dó maior, deixemos, por ora, a formação dos acordes em outras escalas. Claro que todos aqueles que vêm acompanhando o nosso blog já podem construir as outras escalas e formarem os respectivos tons. Mas, lembremos, um bom método de estudo é avançar aos poucos e com segurança.
Para conhecerem o que iremos realizar no acordeom, eis um trecho de uma valsa, de Mário Mascarenhas, um bom professor da década de cinqüenta.


Se quiserem experimentar no acordeom, deixe acrescentar uma explicação. Vejam no terceiro e quarto compassos duas mínimas ligadas por um símbolo em forma de curva. Essa configuração significa que a primeira nota será tocada e prolongada até o término do quarto compasso.  O mesmo se dá nos compassos sétimo e oitavo. Atenção: elas são notas prolongadas e não serão tocadas! É isso que indica a figura chamada ligadura de prolongamento. Em outras palavras: a nota Dó do terceiro compasso será tocada e a do quarto não será tocada. O mesmo ocorrerá nos sétimo e oitavo compassos.
Se houver dúvidas estou à disposição. Usem o recurso de comentário do post.

Na lição seguinte, estudaremos as notas na clave de Fá e uma introdução ao acompanhamento nos baixos do acordeom.


08 – Figuras das notas, compasso e tempo

Todas as composições musicais são criadas com as notas da escala escolhida. Para exemplicar, tomemos o tom de Dó maior. A melodia e a harmonia utilizarão as notas da escala de Dó maior que são: C – D – E – F – G – A – B, em uma ou em mais oitavas. Há uma pergunta que deve ser feita: se todas as composições musicais em Dó maior usam essas notas por que as canções são diferentes? Se pensarem um pouco, perceberão que todas as notas são executadas com a duração de tempo diferente. Na figura a seguir passaremos a conhecer as diversas figuras de notas musicais, cada uma com valor diferente de duração em um compasso.



As equivalências

A semibreve sempre será a unidade de tempo, ou um inteiro e ela tem a seguinte correspondência de valores (as pausas respectivas têm o mesmo valor):


Uma semibreve equivale a 2 mínimas, 4 semínimas, 8 colcheias, 16 semicolcheias, 32 fusas e 64 semifusas.
Uma mínima equivale a 2 semínimas, 4 colcheias, 8 semicolcheias, 16 fusas e 32 semifusas.
Uma semínima equivale a 2 colcheias, 4 semicolcheias, 8 fusas e 16 semifusas.
Uma colcheia equivale a 2 semicolcheias, 4 fusas e 8 semifusas.
Uma semicolcheia equivale a 2 fusas e 4 semifusas.
Uma fusa equivale a 2 semifusas.
Gravem na memória essas equivalências porque usaremos em todo estudo.


Compasso

Como já foi dito, a composição musical é escrita no pentagrama e ele é dividido em compassos, que serão tantos quantos forem necessários, cada um dividido em barras verticais:  as simples, que dividem os tempos, e as duplas que separam um trecho musical. Para representar o final da música o pentagrama exibe uma barra dupla no final.
Os compassos podem ser binário, ternário e quaternário e são inscritos na pauta logo a seguir a clave. Na figura, para exemplificar, são mostradas as frações de cada um. Outros compassos também serão estudados posteriormente. São os campassos compostos. Mas, não tenham pressa. Chegaremos lá!
O compasso binário

Como o nome sugere, é um compasso de 2 tempos que podem sem preenchidos com as figuras definidas no denominador da fração. Exemplo:
Vejam a figura com 4 compassos:




  • Como a mínima vale 2 tempos ela sozinha preenche o compasso;
  • A semínima vale 1 tempo, logo, 2 semínimas no compasso;
  • Cada colcheia valendo ½  tempo – 4 colcheias no compasso;
  • Cada semicolcheia vale ¼ tempo – 8 semicolcheias no compasso.

O compasso ternário e o quaternário


O raciocínio se estende para os compassos ternários e quaternários:






Em todos os compassos devem ser observadas as formulações, em arranjos de figuras musicais, desde que sejam preenchidos os compassos pela soma dos valores. Revejam o quadro de valores e observem as figuras a seguir:




A semibreve preenche o primeiro compasso; depois 2 mínimas; 4 semínimas, 8 colcheias; 16 semicolcheias etc.
No último sistema temos também 5 compassos, cada um com um arranjo de valores diferentes, que, somados, totalizam os 4 tempos requeridos.
Será que está bem entendido esse negócio de preencher o compasso? Vamos mastigar um pouco mais?
Lembrem dos valores das figuras e vamos entender o que significa a fração no início da pauta. A fração 4/4 significa que precisamos de 4 figuras ou uma associação tal que somem os quatro tempos. O numerador da fração (o quatro de cima) representa o tempo necessário; o denominador representa a figura da nota: o número quatro é a semínima que é a unidade de tempo (ela vale 1). Vejam o terceiro compasso no primeiro sistema: quatro semínimas preenchem o tempo. No compasso binário - 2/4 - duas semínimas; no ternário, três semínimas.
Analisem o compasso seguinte e vejam que há um arranjo de figuras totalizando o tempo dos compassos:
compasso 1 - Uma pausa da semibreve satisfaz. Poderia ser a própria semibreve. Ela sozinha resolveria a parada.
compasso 2 - Uma semínima (ela vale 1) + duas colcheias (cada uma vale 1/2) + uma pausa da mínima (vale 2). Vamos somar: 1 + 1/2 +1/2 + 2 = 4. O compasso é 4/4! Lembrete para esquecidos: 1/2 significa metade. Então, metade + metade = 1 inteiro.

compasso 3 - Uma mínima (vale 2) + duas semicolcheias (cada uma vale 1/4) + uma semínima (vale 1) + uma pausa da colcheia (vale 1/2). Vamos somar: 2 + 1/4 + 1/4 + 1 + 1/2 = 4. O compasso é 4/4! Lembrete para esquecidos: 1/4 significa um quarto. Então, um quarto + um quarto = metade. Vamos estender a conta:  2 + 1/2 + 1 + 1/2 = 4.

compasso 4 - Uma mínima (vale 2) + uma semínima (vale 1) + uma pausa da semínima (vale 1). Vamos somar: 2 + 1 + 1 = 4.

compasso 5 - Vou deixar esse compasso para vocês tentarem resolver. Mande para mim a resolução.
Uma dica: substituam todas as figuras em semínimas. Não são necessárias 4 delas para preencher o compasso? Vamos ver isso:
compasso 1 - uma semibreve ou a sua pausa é equivalente a 4 semínimas.

compasso 2 - uma semínima + duas colcheias que equivalem a uma semínima + uma pausa da mínima (ou a própria mínima) que equivale a 2 semínimas. Somando todas as semínimas vamos encontrar 4 semínimas.

compasso 3 - uma mínima que vale duas semínimas + duas semicolcheias que valem uma colcheia e que é a metade da semínima + uma semínima + uma pausa da colcheia que vale a metade da semínima. Somando todas as semínimas vamos encontrar 4. Vejam quehá duas metades da semínima (uma colcheia e uma pausa da colcheia).

compasso 4 - uma mínima que vale duas semínimas + uma semínima + uma pausa da semínima. Essa foi fácil. Vamos somar: 2 + 1 + 1 = 4.

compasso 5 - O último compasso é com vocês.  {#emotions_dlg.lol} 
As pausas são utilizadas quando se deseja o silêncio (notas não tocadas) nos tempos de compasso.                                               
As pausas da semibreve e da mínima são idênticas porém colocadas em posições diferentes; a semibreve fica abaixo da quarta linha e a mínimas acima da terceira linha. Observem o primeiro e o segundo compassos: no primeiro uma pausa da semibreve, que, como a figura de valor positivo – a semibreve, preenche todo o compasso. Nele só haverá silêncio. No segundo há uma pausa da mínima compondo o tempo.
Não creio que tenhamos de estudar compassos com as figuras fusas e semifusas. Ainda não encontrei músicas populares com esse andamento. Quando houver necessidade estudaremos as confusas figuras.
Urra! chegamos até aqui! E não foi difícil...   {#emotions_dlg.smile}
Agora vamos fazer um exercício.
Nos compassos a seguir, preencha com as diversas notas de valores diferentes, contanto que seja satisfeita a condição de cada compasso. Use notas de valores positivos e negativos (pausas).
Quem quiser enviar o resultado...






07 - O pentagrama - continuação


Na explicação anterior, apresentamos as notas inscritas nas linhas e espaços. Agora, mostraremos a inscrição dessas notas em linhas e espaços suplementares.


Observemos que há notas novas no pentagrama. São as notas Dó, Ré, Sol e Lá. As duas primeiras estão inscritas no espaço e linha suplementares inferiores; as últimas no espaço e linha suplementares superiores.
Esses espaços e linhas suplementares são necessários para a execução de notas musicais graves e agudas.
Partitura
A partitura é um gráfico, que contem diversas notações impressas ou manuscritas, que mostra as partes de uma composição musical, como as notas, os compassos, o andamento, estilos, e outros sinais, necessários para a execução musical.
Sendo este um estudo elementar, não serão abordados os recursos aprofundados. Apenas aqueles que nos darão suporte para os exercícios iniciais.

As claves
São sinais colocados no início da pauta musical (pentagrama), e que determinam os nomes das notas, atribuindo o seu nome à nota que estiver na linha em que ela esteja inscrita São três as claves: de sol, de fá e de dó, colocadas em diferentes alturas da pauta.
Na imagem seguinte vemos um trecho de partitura, onde há a clave de sol e dividido em três compassos (cada porção separada por um traço vertical simples e fechando com duas linhas verticais juntas - as barras de compasso).
A clave de sol é inscrita na segunda linha, dando nome à nota sol. Lembrem que a nota sol sempre estará na segunda linha do pentagrama da clave.
Uma partitura para solo (sem o acompanhamento ou harmonia) é composta apenas com a clave de sol.

Para a execução de músicas em teclado, no nosso caso o acordeom, usaremos sempre a partitura composta das claves de sol e a de fá para o acompanhamento com os baixos.
A clave de fá é inscrita na quinta linha (observem os dois pontos). Qualquer nota nessa linha, em toda partitura da composição, será a nota fá. Mais adiante veremos isso e mostraremos as notas nessa clave. Por enquanto, estudem e decorem as notas na clave de sol..



06 - O pentagrama

O nosso estudo não será tão somente prático. Utilizaremos sempre o recurso da leitura musical em partitura porque considera-se o sistema mais eficiente de aprendizado. A fixação dos exercícios na memória é duradora e quando nos escapar a lembrança da execução de certa composição recorreremos aos nossos arquivos.
Pode parecer uma empreitada difícil porque seremos obrigados a acrescentar uma nova tarefa, ao invés de encurtar o tempo para pegar na sanfona e impressionar a mulherada. Ledo engano.
O estudo de música por partitura nos premiará com o conhecimento seguro da teoria musical e cedo iremos perceber o enriquecimento na performance.
Mas, fiquem calmos. Não será um estudo aprofundado. Será apenas o suficiente para nos dar conhecimento e podermos criar o nosso estilo musical.
As notas musicais são escritas pautadas sobre linhas e espaços, o pentagrama. Observem a disposição das notas na figura abaixo da clave de Sol:



É essencial que nós tenhamos na memória a disposição das notas para executarmos os exercícios e as melodias. Porisso, enfatizemos a necessidade do estudo continuado. Apresento a sugestão de ter sempre à mão uma anotação para podermos consultar a qualquer momento, na condução para o trabalho, em filas de bancos, ou num consultório. Outra sugestão é utilizar um programa de computador em forma de jogo. Menciono o Note Id, da MusicStudy, que é livre. Baixe, instale e passe a usar. Em qualquer dificuldade estarei à disposição.

E vamos ao estudo! 

por Zé Ulisses às 15:35
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SÁBADO, 31 DE AGOSTO DE 2013

05 - Escala musical

Você já tem o acordeom? Ou um teclado de música? Se não tem tá na hora de providenciar um, de preferência o seu acordeom. Este é um instrumento caro. Mesmo as velhas sanfonas italianas ou alemães, obrigam-nos a desembolsar uma nota preta. De alguma forma adquira a sua para poder acompanhar as instruções daqui em diante.
Observando o teclado da sanfona ou do piano encontramos teclas brancas e pretas. Vejam o desenho:


Dedilhando em ordem, a partir da tecla de cima, as notas em cifras serão C, D, E, F, G, A, B, C. Veja que as notas se repetem em toda extensão. Se forem consideradas apenas 8 notas teríamos uma escala de C (dó maior). Logo em seguida haverá uma outra escala, idêntica à primeira, e assim será em todo o teclado.
Escala é uma organização dos sons em sequência, considerando o espaço de oito notas musicais. Esse é o conceito mais simples e não iremos nos aprofundar no seu estudo, conhecendo os modos gregos e as criações geniais.
Se alguém perguntar a qualquer pessoa quais são as notas musicais a resposta será imediata e nessa órdem: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si. Sem saberem, darão a resposta para a escala de dó maior. Existe também a escala de dó menor que estudaremos em momento oportuno. Por enquanto, fiquemos com a escala de dó maior.
O som musical tem, entre outras características, a altura, que é a elevação da frequência do som.
O teclado do piano é disposto de tal forma que há várias sucessões de sete notas iguais. A primeira nota dó é nomeada do1, a segunda dó2, a terceira dó3, etc. Como podemos identificá-las? Os pianos eram construídos com uma chave na sua tampa, no centro do móvel, que, quando era aberto, encontrávamos na mesma direção da fechadura a convencional nota dó3. Essa nota tem a frequência musical de 263,63 Hz. A partir dela, as notas têm as frequências alteradas, crescendo em altura. Por exemplo:

Ré = 293,66hz       Mi = 329,63 Hz     Fá = 349,23 Hz      Sol = 391,99 Hz       Lá = 440hz        Si = 493,88 Hz

A sanfona tem seu dó3 no início do teclado, que pode variar de tamanho dependendo da quantidade dos baixos (12, 48, 80, 120).
Voltemos às escalas, que são oito notas sucessivas. Elas podem ser ascendentes e descendentes em altura. Observando o teclado a escala de dó maior reune apenas as notas das teclas brancas. E as notas das teclas pretas? Considerando uma escala ascendente, essas teclas representam os temíveis acidentes musicais chamados sustenidos. Mas, calma! os sustenidos têm apenas a fama de temíveis. Eles são importantes tanto quanto as notas das teclas brancas. Portanto, nas escalas ascendentes as teclas pretas são os sustenidos e nas escalas descendentes os bemóis. A sigla para sustenido é "#" e para bemol, "b". Observem o teclado! Vamos conhecer as escalas cromáticas (teclas brancas e pretas):

Escala cromática ascendente a partir de dó:   C - C# - D - D# - E - F - F# - G - G# - A - A# - B - C
Escala cromática descendente a partir de dó: C - B - Bb - A - Ab - G - Gb - F - E - Eb - D - Db - C

Tomando como referência as notas C e D, subindo na escala, há uma tecla preta. Ela altera um pouco o som da nota, que será C#. Se for realizada a escala descendente, ou seja, descendo na escala, entre as notas D e C a nota será Db (D bemol). Prosseguindo com a experiência, entre a tecla D e E, subindo na escala, encontraremos a nota D# e descendo a nota Eb. Agora, notaremos que entre duas teclas brancas não há a tecla preta. Não há acidente! Não há sustenido nem bemol. Então, guarde na memória: entre as notas E e F; B e C não há sustenido. Entre as notas C e B; F e E não há bemol. 
Vamos praticar a escala de dó maior com as 5 notas?

mão direita do sanfoneiro
Coloque o dedo1 (polegar) sobre a nota C; o dedo2 sobre a nota D e assim até o dedo5 sobre a nota G. Pressione levemente cada um dos dedos, subindo e voltando (escalas ascendente e descendente).
Fiquemos aqui. Treine bastante o exercício, até que possa sentir certa segurança no dedilhado.


04 - As cifras

Até então, representamos as notas musicais pela notação latina. Como havia divergências entre vários seguimentos mundiais, ficou então normalizado o estudo de música adotando-se como convenção a notação saxônica. A partir de agora o nosso treinamento obedecerá essa notação, considerando a correspondência das notas musicais com as primeiras letras do nosso alfabeto.
A essas letras ou símbolos poderão ser acrescentadas algumas codificações, representando um acidente (sustenido ou bemol) ou inclusão de intervalos. Assim, as notas musicais serão representadas com a correspondência:

A = LÁ    B = SI     C = DÓ     D = RÉ    E = MI    F = FÁ    G = SOL

Para um acorde sustenido acrescenta-se o sinal #, bemol um “b”, menor um “m”, diminuto um “ º”. Para acordes com intervalos de escala acrescenta-se o grau do intervalo.
Mais adiante entenderemos o que isso quer dizer. Por enquanto, decore a codificação porque vamos usá-la sempre.

03 - As notas mágicas

O estudo da origem das notas musicais não deve ser atividade para o estudante iniciante. Para nós, devemos saber que todo elemento físico quando submetido a uma vibração produz um som, e que esse elemento submetido a tensão variada produzia sons diferentes, ou seja, freqüência variada. O homem pré-histórico sabia disso, embora não tivesse sido colega de Pitágoras. E eles, os brutamontes, entoavam seus cânticos, com intensão de amenizar o peso do seus porretes quando queriam conquistar as mulheres...
Cada determinada freqüência de som foi denominada nota musical (a nota Lá tem a frequência de 440 vibrações por segundo). As notas musicais são Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.
Coube ao monge beneditino Guido d’Arezzo a responsabilidade por essa denominação, tiradas de um texto do hino a São João Batista.

Ut queant laxis, ( Para que nós, servos, com nitidez)
Resonare fibris ( e língua desimpedida)
Mira gestorum (o milagre e a força dos teus feitos)
Famuli tuorum (elogiemos,)
Solve polluti (tira-nos a grave culpa)
Labil reatum (da língua manchada)
Sancte Ioannes (ó João!)

Observem que o início de cada verso deu origem às notas musicais, excetuando o primeiro e o último. Aquele foi alterado para a nota “dó” e  adotada no século XVII. Dizem que a origem vem da última sílaba do primeiro nome do Guido d'Arezzo ou por sugestão do músico italiano Giovanni Battista Doni. Já a nota si vem da junção das iniciais do vocativo Sancte Ioanes.
Um pouco de história não faz mal!


02 - E aquela musiquinha?

Será tão difícil aprender música? Mesmo que seja o aprendizado básico, suficiente para executá-la em algum instrumento popular?
Para muitos, a música é o alimento da alma (perdoem o lugar-comum), concedendo ao homem a proximidade dos deuses. Eu fico com eles. Para outros, hoje não tão poucos, a música é o único e mais prático meio de ganhar o pão, não lhes importando a qualidade como é produzida, contanto que atinja o seu objetivo imediato a par do ganho da fama. Desses, sempre que posso, coloco-me à distância, embora, maioria das vezes, seja impossível a fuga.
Nesses anos de convívio com as boas composições de Tom Jobin, Chico Buarque, Noel Rosa, Cartola, Milton, Luís Gonzaga, Djavan, Ivan Lins, João Bosco, Dominguinhos, Caetano e Gil, entre outros não menos talentosos, eu posso afirmar que não é difícil aprender música, bastando ao iniciante escolher o melhor caminho: o estudo da teoria musical.
Mas o que vem a ser a teoria musical? Todos conhecemos as notas musicais Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si. Mas conhecê-las, simplesmente, não é suficiente para executar uma composição, mesmo que seja um mero acompanhamento ao violão. É preciso aprender como se dá o relacionamento dessas notas entre si, e empregar as regras determinadas na teoria musical.
Pois bem, teoria musical nada mais é do que o conjunto de regras organizando o relacionamento entre as notas musicais tornando-as conviventes harmoniosos produzindo um som agradável. Vamos aprender teoria musical?
Vamos, então, aprender o que fazer com as figuraz

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